domingo, 5 de julho de 2009

Barba e Peot


"Não...destruirás os cantos da tua barba"(Lev. 19,27)

A Halachá( que relaciona este versículo com Lev.21,5) entendeu que a proibição se refere ao uso da lâmina de barbear e da navalha para cortar a barba.(Tecnicamente, são apenas cinco cantos que estão incluidos nesta proibição - no queixo e junto às orelhas, em cima e embaixo delas).

Esta Lei, bem como várias outras que proibem a tatuagem e outras formas de auto-mutilação, é dirigida contra as práticas comuns da idolatria e vinculadas a costumes pagãos."Era costume dos sacerdotes pagãos destruir(tirar à navalha) a barba. Foi por isso que a Torá o proibiu...Mas só se incorre numa transgressão, se isto for feito com uma navalha...portanto, se tirar a barba com uma tesoura, não há transgressão"(Maimônides, Hilchot Avodat Kochavim 12,7)

Esta proibição teve um impacto óbvio no estilo histórico do aspecto físico do judeu. Daí a imagem tradicional do judeu como um homem de barba cheia.

É somente desde o século retrasado, quando se tornou possível tirar a barba por outros meios, que não a navalha, que apareceram judeus praticantes sem barba. O barbeador elétrico moderno foi considerado um instrumento permitido, pelas autoridades religiosas. Isto possibilitou ao judeu devoto ficar bem barbeado, ou com barba parcial, sem infringir a Lei da Torá. Contudo, a barba provavelmente ainda reflete uma imagem de maior devoção.

A primeira parte da citada passagem da Torá reza:"Não arredondarás os cantos da vossa cabeça..." O motivo é o mesmo de acima. Por este motivo é proibido cortar completamente as costeletas. De acordo com a Halachá é permitido aparar as costeletas com uma tesoura ou máquina, porém os judeus chassidim as deixam crescer, sem jamais cortá-las ou apará-las. Por isso ostentam cachos laterais(peot).

O místico chassídico Nachman de Breslev via nas peot um veículo espiritual para drenar o excesso de imaginação.

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