quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Elul

Estamos começando o mês de Elul.
Elul é o sexto mês lunar do calendário Hebraico a contar de Nissan, o mês do Êxodu, ou segundo outra contagem, o último mês, que precede a festa de Rosh Hashaná(Ano Novo).
É um tempo de introspecção e preparação espiritual.
Algumas comunidades tem o costume, durante o mês de Elul, de soprar o Shofar toda manhã após as orações, a fim de despertar o povo para o arrependimento.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

NA NACH NACHMA NACHMAN MEUMAN

Mistvá Guedolá Lihiot be Simchá Tamid
NA NACH NACHMA NACHMAN MEUMAN
É Um Grande Mandamento estar Sempre Alegre
NA NACH NACHMA NACHMAN MEUMAN


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Israel News

  • Published 21:40 29.08.11
  • Latest update 21:40 29.08.11

Israeli officials: Palestinians in Gaza got anti-aircraft missiles from Libya

Gaza groups acquired anti-aircraft and anti-tank missiles from Libya, via Egypt, during the six-month uprising, according to the officials.

By Reuters Tags: Palestinians Gaza Libya Hamas

Palestinians in Gaza have acquired anti-aircraft and anti-tank rockets from Libya during its six-month civil war, enlarging but not significantly improving their arsenal, Israeli officials said on Monday.
While the rebellion against Muammar Gadhafi has stirred concern abroad about the fate of Libya's ageing chemical weapons stockpiles, Israel has no indication Hamas or other Palestinian factions have sought these, the officials said.
Libya protest - AP - 6.3.2011 An anti-Libyan Leader Muammar Gadhafi rebel, holding his anti-aircraft missile in the oil town of Ras Lanuf, March 6, 2011.
Photo by: AP
Instead, Israeli officials have detected an inflow of SA-7 anti-aircraft missiles and rocket-propelled grenades (RPGs), said one official, describing an overland supply route that opened up between eastern Libya - after it fell to the rebels - and the Gaza Strip via Egypt.
"We've been seeing more SA-7s and RPGs coming across," said the official. "It's not a major qualitative enhancement for them."
The Soviet-designed SA-7 is a shoulder-fired, heat-seeking missile which Israel said Palestinians had previously smuggled into Gaza. Rocket-propelled grenades (RPGs), designed to penetrate armor, are plentiful in the territory.
Another Israeli official said "thousands" of the weapons had reached Gaza in recent months, but did not provide figures on how many had originated in Libya.
Egypt's Sinai Peninsula, which borders both Israel and Gaza, has long seen traffic in arms bound for Palestinians. The weapons come up through Sudan or arrive by ship over the Mediterranean.
State television reported in Cairo on Monday that Egyptian border guards had discovered "a large quantity" of weapons at the border with Libya, giving no more details.
Hamas, an Islamist group that governs Gaza, and smaller armed factions declined comment on the Israeli statements.
Egypt has stepped up efforts to impose order in Sinai, though Cairo's authority has been weakened by the citizen revolt that forced President Hosni Mubarak from power.

Ataque em Tel Aviv

Ataque terrorista em Tel-Aviv
Palestino de Nablus na Cisjordania atropelou duas pessoas e esfaqueou cinco israelenses ao sul da cidade de Tel Aviv
O terrorista foi preso pela policia
O fato ocorreu na madruga desta segunda-feira em Israel.

domingo, 28 de agosto de 2011

Presença Judaica na língua Portuguesa

Presença judaica
na língua portuguesa
Jane Bichmacher de Glasman, professora e escritora

O objetivo do trabalho é apresentar alguns exemplos de influência judaica na língua portuguesa, a partir de uma ampla pesquisa sócio-linguística que venho desenvolvendo há anos. A opção por judaica (e não hebraica) deve-se a uma perspectiva filológica e histórica mais abrangente, englobando dialetos e idiomas judaicos, como o ladino (judeu-espanhol) e o ídish (alemão), entre os mais conhecidos, além de vocábulos judaicos e expressões hebraicas que passaram a integrar o vernáculo a partir de subterfúgios e/ ou corruptelas, cuja origem remonta à bagagem cultural de colonizadores judeus, cristãos-novos e marranos. Há uma significativa probabilidade estatística de brasileiros descendentes de ibéricos, principalmente portugueses, terem alguma ancestralidade judaica. A base histórica para tal é a imigração maciça de judeus expulsos da Espanha, em 1492, para Portugal, devido à contigüidade geográfica e às promessas (não cumpridas) do Rei D. Manuel I, que traziam esperança de sua sobrevivência judaica como tal. Mesmo com a expulsão de Portugal em 1497, os judeus (além dos cristãos-novos e dos cripto-judeus ou marranos) chegaram a constituir 20 a 25% da população local.
Sefaradim (de Sefarad, Espanha, da Península Ibérica) procuraram refúgio em países próximos no Mediterrâneo, norte da África, Holanda e nas recém-descobertas terras de além-mar nas Américas, procurando escapar da Inquisição. Até hoje é controversa a origem judaica ou criptojudaica de descobridores e colonizadores do Brasil, para onde imigraram incontáveis cristãos-novos, alternando durante séculos uma vida como judeus assumidos e marranos, praticando o judaísmo secretamente (fora os que permaneceram efetivamente católicos), de acordo com os ventos políticos, sob o domínio holandês ou a atuação da Inquisição, variando de um clima de maior tolerância e liberdade à total intolerância e repressão. Comparando apenas sob o ponto de vista cronológico, nem sempre lembramos que, enquanto o Holocausto na II Guerra Mundial foi tão devastador, especialmente nos quatro anos de extermínio maciço de judeus, a Inquisição durou séculos, pelo menos três dos cinco da história “oficial” do Brasil, isto é, após o descobrimento. Tantos séculos de medo, denúncias, processos e mortes, geraram, por um lado, um ambiente psicológico de terror para os judeus e cristãos novos no Brasil; por outro, um anti-semitismo evidente ou subliminar que permaneceu arraigado na população, inclusive como autodefesa e proteção. Uma característica do comportamento de cristãos-novos “suspeitos” foi procurar ser “mais católicos do que os católicos”, buscando sobreviver à intolerância e determinando práticas sócio-culturais e lingüísticas.
A citada alternância entre vidas assumidamente judaicas e marranas, praticando judaísmo em segredo, com costumes variados, unificados pela “camuflagem” de seu teor judaico, gerou comportamentos e aspectos culturais (abrangendo rituais, superstições, ditados populares, etc.) que se arraigaram à cultura nacional. A maioria da população desconhece que muitos costumes e dizeres que fazem parte da cultura brasileira têm sua origem em práticas criptojudaicas. Apresentarei alguns exemplos bem como suas origens e explicações, a partir da origem judaica “marrana”.
“Gente da nação” é uma das denominações para designar marranos, judeus, cristãos-novos e cripto-judeus, embora existam diferenças entre termos e personagens.
Cristãos-novos foi denominação dada aos judeus que se converteram em massa na Península Ibérica nos séculos XIII e XIV; é preconceituosa devido à distinção feita entre os mesmos e os “cristãos-velhos”, concretizado nas leis espanholas discriminatórias de “Limpieza de Sangre” do século XV.
Criptojudeus eram os cristãos-novos que mantiveram secretamente seu judaísmo. Gente da nação era a expressão mais utilizada pela Inquisição e Marranos, como ficaram mais conhecidos. Embora todos fossem descendentes de judeus, só poucos voltaram a sê-lo, e em países e épocas que o permitiram.
O próprio termo “marrano” possui uma etimologia diversificada e antitética. Unterman (1992: 166), conceitua de forma tradicional, como “nome em espanhol para judeus convertidos ao cristianismo que se mantiveram secretamente ligados ao judaísmo. A palavra tem conotação pejorativa” geralmente aplicada a todos os cripto-judeus, particularmente aos de origem ibérica. Em 1391 houve uma maciça conversão forçada de judeus espanhóis, mas a maioria dos convertidos conservou sua fé. Já Cordeiro (1994), com base nas pesquisas de Maeso (1977), afirma que a tradução por “porco” em espanhol tornou-se secundária diante das várias interpretações existentes na histografia do marranismo. Para o historiador Cecil Roth (1967), marrano, velho termo espanhol que data do início da Idade Média que significa porco, aplicado aos recém-convertidos (a princípio ironicamente devido à aversão judaica à carne de porco), tornou-se um termo geral de repúdio que no século XVI se estendeu e passou a todas as línguas da Europa ocidental.
A designação expressa a profundidade do ódio que o espanhol comum sentia pelos conversos com quem conviviam. Seu uso constante e cotidiano carregado de preconceito turvou o significado original do vocábulo. Em “Santa Inquisição: terror e linguagem”, Lipiner (1977) apresenta as definições: “Marranos: As derivações mais remotas e mais aceitáveis sugerem a origem hebraica ou aramaica do termo. Mumar: converso, apóstata. Da raiz hebraica mumar, acrescida do sufixo castelhano ano derivou a forma composta mumrrano, abreviado: Marrano. Tratar-se-ia, pois de um vocábulo hebraico acomodado às línguas ibéricas. Marit-áyin: aparência, ou seja, cristão apenas na aparência. Mar-anús: homem batizado à força. Mumar-anus: convertido à força. Contração dos dois termos hebraicos, mediante a eliminação da primeira sílaba”. Anus, em hebraico, significa forçado, violentado.
Antes de exemplificar a contribuição lingüística marrana, convém ressaltar que a vinda dos portugueses para o Brasil trouxe consigo todos os empréstimos culturais e lingüísticos que já haviam sido incorporados ao cotidiano ibérico, desde uma época anterior à Inquisição, além de novos hábitos e características; muitas palavras e expressões de origem hebraica foram incorporadas ao léxico da língua portuguesa mesmo antes de os portugueses chegarem ao Brasil. Elas encontram-se tão arraigadas em nosso idioma que muitas vezes têm sua origem confundida como sendo árabe ou grega. Exemplo: a “azeite”, comumente atribuída uma origem árabe por se assemelhar a um grande número de palavras começadas por “al-” (como alface, alfarrábio, etc.), identificadas como sendo de origem árabe por esta partícula corresponder ao artigo nesta língua. O artigo definido hebraico é a partícula “a-” e “azeite” significa, literalmente, em hebraico “a azeitona” (ha-zait).
Apesar da presença judaica por tantos séculos, em Portugal como no Brasil, as perseguições resultaram também em exclusões vocabulares. A maior parte dos hebraísmos chegou ao português por influência da linguagem religiosa, particularmente da Igreja Católica, fazendo escala no grego e no latim eclesiásticos, quase sempre relacionados a conceitos religiosos, exemplos: aleluia, amém, bálsamo, cabala, éden, fariseu, hosana, jubileu, maná, messias, satanás, páscoa, querubim, rabino, sábado, serafim e muitos outros. Algumas palavras adotaram outros significados, ainda que relacionados à idéia do texto bíblico. Exemplos: babel indicando bagunça; amém passando a qualquer concordância com desejos; aleluia usada como interjeição de alívio.
O preconceito marca palavras originárias do hebraico usadas de forma depreciativa, como: desmazelo (de mazal – negligência, desleixo), malsim (de mashlin – delator, traidor), zote (de zot / subterrâneo, inferior, parte de baixo – pateta, idiota, parvo, tolo), ou tacanho (de katan – que tem pequena estatura, acanhado; pequeno; estúpido, avarento); além de palavras relacionadas a questões financeiras, como cacife, derivada de kessef = dinheiro. Dezenas de nomes próprios têm origem hebraica bíblica, como: Adão, Abraão, Benjamim, Daniel, Davi, Débora, Elias, Ester, Gabriel, Hiram, Israel, Ismael, Isaque, Jacó, Jeremias, Jesus, João, Joaquim, José, Judite, Josué, Miguel, Natã, Rafael, Raquel, Marta, Maria, Rute, Salomão, Sara, Saul, Simão e tantos outros. Alguns destes, na verdade, são nomes aramaicos, oriundos da Mesopotâmia, como Abraão (Avraham), que se incorporaram ao léxico hebraico no início da formação do povo hebreu.
Podemos citar centenas de nomes e sobrenomes de judaizantes e números de seus dossiês, desde a instalação da Inquisição no Brasil, a partir dos arquivos da Torre do Tombo, em Lisboa, e de livros como Wiznitzer (1966), Carvalho (1982), Falbel (1977), Novinsky (1983), Dines (1990), Cordeiro (1994), etc. Sobrenomes muito comuns, tanto no Brasil como em Portugal, podem ser atribuídos a uma origem sefardita, já que uma das características marcantes das conversões forçadas era a adoção de um novo nome. Muitos conversos adotaram nomes de plantas, animais, profissões, objetos, etc., e estes podem ser encontrados em famílias brasileiras, até hoje, em número tão grande que seria difícil enumerá-los. Exemplos: Alves, Carvalho, Duarte, Fernandes, Gonçalves, Lima, Silva, Silveira, Machado, Paiva, Miranda, Rocha, Santos, etc. Não devemos excluir a possibilidade da existência de outros sobrenomes portugueses de origem judaica. Porém, é importante ressaltar que não se pode afirmar que todo brasileiro cujo sobrenome conste dos processos seja descendente direto de judeus portugueses; para se ter certeza é necessária uma pesquisa profunda da árvore genealógica das famílias.
Há ainda algumas palavras e expressões oriundas do misticismo judaico, tão desenvolvido na idade média. O estudo do Talmud e da Cabalá trouxe também contribuições do aramaico, como a conhecida expressão “abracadabra”, que é tida pela nossa cultura como uma “palavra mágica” (num sentido fabuloso), mas que, na realidade pode ser traduzida como “criarei à medida que falo” (num sentido real e sólido para a cultura judaica). Algumas palavras também designam práticas judaicas ou formas de encobri-las, especialmente observável nos costumes alimentares. Por exemplo: os judeus são proibidos pela Torá de comer carne de porco, porque tem os cascos fendidos e não rumina, sendo, portanto, impuro. Para simular o abandono desse princípio e enganar espiões da Inquisição, os cristãos-novos inventaram as alheiras, embutidos à base de carne de vitelo, pato, galinha, peru – e nada de porco. Após algumas horas de defumação já podem ser consumidos. Da mesma forma, peixes “de couro” (sem escamas) não serviam para consumo. Passando às expressões, apresento alguns exemplos, sua origem e explicação:

– “Ficar a ver navios” – Em 1492 foi determinado que os judeus que não se convertessem teriam de deixar a Espanha até ao fim de julho. Centenas de milhares então se fixaram em Portugal. O casamento do rei D. Manuel com D. Isabel, filha dos Reis Católicos, levou-o a aceitar a exigência espanhola de expulsar todos os judeus residentes em Portugal que não se convertessem ao catolicismo, num prazo que ia de Janeiro a Outubro de 1497. O rei Dom Manuel precisava dos judeus portugueses, pois eram toda a classe média e toda a mão-de-obra, além da influência intelectual. Se Portugal os expulsasse logo como fez a Espanha, o país passaria por uma crise terrível. Na realidade D. Manuel não tinha qualquer interesse em expulsar esta comunidade, que então constituía um destacado elemento de progresso nos setores da economia e das profissões liberais. A sua esperança era que, retendo os judeus no país, os seus descendentes pudessem eventualmente, como cristãos, atingir um maior grau de aculturação. Para obter os seus fins lançou mão de medidas extremamente drásticas, como ter ordenado que os filhos menores de 14 anos fossem tirados aos pais a fim de serem convertidos. Então fingiu marcar uma data de expulsão na Páscoa. Quando chegou a data do embarque dos que se recusavam a aceitar o catolicismo, alegou que não havia navios suficientes para os levar e determinou um batismo em massa dos que se tinham concentrado em Lisboa à espera de transporte para outros países. No dia marcado, estavam todos os judeus no porto esperando os navios que não vieram. Todos foram convertidos e batizados à força, em pé. Daí a expressão: “ficaram a ver navios”. O rei então declarou: não há mais judeus em Portugal, são todos cristãos (cristãos-novos). Muitos foram arrastados até a pia batismal pelas barbas ou pelos cabelos.
– “Pensar na morte da bezerra”: frase tão comumente dita por sertanejos quando querem referir-se a alguém que está meditando com ares de preocupação: “está pensando na morte da bezerra”. Registram as denunciações e as confissões feitas ao Santo Oficio, a noção popular, naquele distante período, do que seria o livro fundamental do judaísmo: a Torá. De Torá veio Toura e depois, bezerra, havendo inclusive quem afirmasse ter visto em cara de alguns cristãos-novos, o citado objeto, com chifres e tudo.
– “Passar a mão na cabeça”, com o sentido de perdoar ou acobertar erro cometido por algum protegido, é memória da maneira judaica de abençoar de cristãos-novos, passando a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto pronunciava a bênção.
– Seridó, região no Rio Grande do Norte, tem seu nome originário da forma hebraica contraída: Refúgio dele. Porém, não é o que escreve Luís da Câmara Cascudo, indicando uma origem indígena do nome da região, de “ceri-toh”. Em hebraico, a palavra Sarid significa sobrevivente. Acrescentando-se o sufixo ó, temos a tradução sobrevivente dele. A variação Serid, “o que escapou”, pode ser traduzido também por refúgio. Desse modo, a tradução para o nome seridó seria refúgio dele ou seus sobreviventes.
– Passar mel na boca: quando da circuncisão, o rabino passa mel na boca da criança para evitar o choro. Daí a origem da expressão: “Passar mel na boca de fulano”.
– Para o santo: o hábito sertanejo de, antes de beber, derramar uma parte do cálice, tem raízes no rito hebraico milenar de reservar, na festa de Pessach (Páscoa), um copo de vinho para o profeta Elias (representando o Messias que virá, anunciado pelo Profeta Elias).
– “Que massada!” –usada para se referir a uma tragédia ou contra-tempo, é uma alusão à fortaleza de Massada na região do Mar Morto, Israel, reduto de Zelotes, onde permaneceram anos resistindo às forças romanas após a destruição do Templo em 70 d.C., culminando com um suicídio coletivo para não se renderem, de acordo com relato do historiador Flávio Josefo.
– “Pagar siza” significando pagar imposto vem do hebraico e do aramaico (mas = imposto, em hebraico de misa, em aramaico).
– “Vestir a carapuça” ou “a carapuça serve para ...” vem da Idade Média inquisitorial, quando judeus eram obrigados a usar chapéus pontudos (ou com três pontas) para serem identificados.
– “Fazer mesuras” origina-se na reverência à Mezuzá (pergaminho com versículos de DT.6, 4-9 e 11,13-21, afixado, dentro de caixas variadas, no batente direito das portas).
– "Deus te crie" após o espirro de alguém é uma herança judaica da frase Hayim Tovim, que pode ser traduzido como tenha uma boa vida.
– “Pedir a bênção” aos pais, ao sair e chegar em casa, é prática judaica que remonta à benção sacerdotal bíblica, com a qual pais abençoam os filhos, como no Shabat e no Ano Novo.
– “Entrar e sair pela mesma porta traz felicidade” bem como o costume de varrer a casa da porta para dentro, costume arraigado até os dias de hoje, para “não jogar a sorte fora” é uma camuflagem do respeito pela Mezuzá, afixada nos portais de entrada, bem como aos dias de faxina obrigatória religiosa judaica, como antes do Shabat (Sábado, dia santo de descanso semanal) e de Pessach.
– “Apontar estrelas faz crescer verrugas nos dedos” era a superstição que se contava às crianças para não serem vistas contando estrelas em público e denunciadas à Inquisição, pois o dia judaico começa no anoitecer do dia anterior, ao despontar das primeiras estrelas, dado necessário para identificar o início do Shabat e dos feriados judaicos.
Para concluir, gostaria de mencionar um tema polêmico decorrente deste intercâmbio cultural-religioso: sua influência no português, em vocábulos que adquiriram uma conotação pejorativa e negativa. Os mais discutidos são: judeu, significando usurário, o verbo judiar (e o substantivo judiação) com o sentido de maltratar, torturar, atormentar. Seja sua origem a prática de “judaizar” (cristãos-novos mantendo judaísmo em segredo e/ ou divulgando-o a outros), seja como referência ao maltrato e às perseguições sofridas pelos judeus durante a Inquisição, o fato é que, sem dúvidas, sua conotação é negativa, e cabe a nós estudiosos do assunto e vítimas do preconceito, esclarecer a população e a mídia, alertando e visando à erradicação deste uso, não só pelo desgastado “politicamente correto”, que leva a certos exageros, mas para uma conscientização do eco subliminar de um longo passado recente, Pelo qual não basta o pedido de perdão, se não conduzir a uma mudança no comportamento social.

Gilad Shalit

Onde quer que você esteja, feliz aniversário Gilad!
Informe da Wizo-Rio - Hoje, a Wizo-Rio, seu executivo e todas as suas ativistas, fazem coro ao povo judeu, em Israel e no mundo inteiro, em solidariedade a família Shalit. Não só seus pais, Noam e Aviva, e seus irmãos gostariam de comemorar. Celebrar com festa e canto o 25º aniversário de seu filho, e de seu irmão Gilad; nós, que no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro, trabalhamos pelo bem estar comunitário, pelo estreitamento de laços que une povos e nações, pelo status do gênero feminino, gostaríamos de acima de tudo e, principalmente hoje, estarmos como há 85 anos temos estado, defendendo e lutando pela vida e por isso, celebrando a vida. Gostaríamos como todas as mães, irmãs, tias, sobrinhas e primas, quem sabe? Vizinhos? Cantar e dançar como cabe a todos e a cada jovem em especial que celebra seu 25º ano de vida. Gostaríamos de assisti-lo terminar seus estudos, formar sua própria família, ingressar no mundo e no trabalho, e, acima de tudo, ter a felicidade de ver alguém feliz. Gostaríamos de vê-lo crescer, transformar-se em um adulto livre, liberto em suas opiniões, lutando e mantendo-se firme em suas convicções. E assim, ter a honra e a grandeza de assistir mais uma vez, a sonhos sendo realizados.
Dos tantos e milhares de sonhos, que cada mãe e cada pai sonha para seus filhos, dos tantos e milhares de sonhos, que como chaverot ajudamos com nossa força voluntária, tornarem-se reais. Nesta semana, grandiosa na comunidade judaica do Estado, que com ventura assiste ao Coral da Paz, formado por jovens, ou participa de programações festivas nos colégios ou em finais de semana prolongados programados para jovens judeus, gostaríamos com humildade, que um pequeno minuto dentre todos estes minutos destes eventos, fosse dedicado em pensamento a Gilad Shalit, no dia de seu aniversário. Em mais um dia, em que sua juventude foi interrompida, em mais de quase seis anos em que se encontra longe dos seus, preso em cativeiro, já nem mais sabemos ou temos certeza? Vivo ou morto! Hoje e aqui, tal como um dia, se não nós? Quem? E se não agora? Quando? Nesta pequena homenagem, neste simples desejo, estaremos juntos, como sempre, nas alegrias e nas tristezas, dizendo a nosso soldado símbolo, o que ele gostaria de ouvir, o que todos gostaríamos de ouvir ao lhe dizer: Feliz aniversário, Gilad. Pode ser que Gilad, não nos ouça. Pode até ser, que não tenhamos mais outra chance como esta de lhe dizer. Mas e é com esta certeza, alguém haverá de nos escutar. E é com esta mesma certeza, que continuando a lhe lembrar, da forma que entendermos a melhor, estaremos, como sempre, permitindo-lhe e permitindo a cada homem da face da terra: Clamar pela liberdade! E deste modo, realizar seus sonhos, o sonho de cada um de nós, o seu direito à vida! Em homenagem a esta data, transcrevemos a todos a carta de Noam Shalit, lida esta semana, e dedicada a seu filho. Em nome de sua família, e em meio a sua dor, Noam, não desistiu. E assim como ele, nós também não desistiremos!
“Nosso querido Gilad,
Com o sol ardente a bater em nossas cabeças, na calçada junto à casa de primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, estamos tentando digerir o fato de que 1.890 dias se passaram e você ainda não está conosco. Estamos aqui nesta calçada por mais de um ano, tentando, com todo o nosso poder e utilizando todos os meios à nossa disposição para quebrar o muro de impermeabilidade que se ergueu entre nós e aqueles que ainda têm de ser convencidos depois de tantos dias, meses, anos e erros, que é hora de trazê-lo para casa. Que estamos aqui. Nós não desistimos, não nos rendemos, e não nos destroçarão! E não estamos sozinhos. Nosso querido Gilad, muitas , mas muitas pessoas que são estranhas a você, pessoas a que você nunca conheceu, pensam como nós, que é inconcebível falar de solidariedade social, da fortaleza nacional e de ter fé no Estado, e deixar-lhe abandonando a seu destino . Dia após dia, solitário e abandonado em masmorras do Hamas, há mais de meia década. Mais um dia de pesadelo. No verão passado dezenas de milhares marcharam para você, com a crença de que iria ficar definido finalmente o seu retorno. Este verão, dezenas de milhares marcharam nas ruas em protesto pedindo justiça social, o direito do público para viver e ganhar a vida com dignidade, e não só nós mas muitos estão conosco, adicionando ao que demandam para o seu direito de viver, também o seu tão básico direito humano de e à liberdade.
Nosso amado Gilad, sabemos que cada dia que passa é mais um dia de pesadelo, um dia de sofrimento impossível, dias e noites de solidão sufocante infinitas. Mas você deve acreditar que nós não esquecemos de você, nós não esquecemos o fato de que hoje (dia 28 de agosto), será o dia dos seus 25 anos, que este é o seu sexto aniversário em cativeiro, e que mais de um quinto de sua jovem vida foi gasto em um calabouço, um buraco cavado pelo Hamas. Sabemos que você não tem idéia de por que? Este pesadelo ainda não chegou a seu fim, e porque ainda devem os nossos esforços prosseguir para que venham a dar frutos. Esta foi a maneira que encontramos para sustentar as nossas vidas, que tornaram-se irreconhecíveis. Yoel seu irmão já graduou-se pelo Technion, e Hadas sua irmã mais nova está prestes a terminar o seu serviço militar. Era para estarmos felizes com isso, entretanto estamos com nossos corações sangrando diante da realidade de que você, está impedido de viver estes momentos de alegria. Com cada momento que passa, tentamos buscar uma resposta, conselhos sobre o que mais podemos fazer? O que resta para ser julgado? Como podemos convencer as pessoas que você não é apenas um cartaz, uma imagem de papelão ou até mesmo uma imagem que pode ser encontrada em qualquer lugar. Cada momento que passa lembramos a todos tanto aqui em Israel ou no exterior, que aqui você não se encontra, e que não deixamos de jamais perguntar, onde e se você ainda aí está?
Eles constantemente nos oferecem pedaços de esperança, dizendo-nos que fizeram progressos nas negociações, mas o que apenas vemos são os prisioneiros de Israel sendo libertados e em retorno à suas casas. Nós vemos o dinheiro e bens que continuam a fluir para as mãos daqueles que durante anos foram brutalmente lhe aprisionando. Vemos que as condições do Hamas, esta organização cínica, que prende você como uma arma secreta e de seus prisioneiros são melhoradas e apesar de todas as promessas ninguém consegue mudar e que em relação à sua condição, nada é mudado. E nossos corações se enchem de dor. Por quanto tempo mais ? Nos perguntamos. Enquanto os dias se passam a nossa preocupação com sua saúde, sua própria vida, aumenta. Declarações esfarrapadas e renovadas, irão provavelmente fazer o mesmo caminho de sempre, rumo ao gabinete do primeiro-ministro, com os habituais comentários e editoriais publicados nos jornais, através dos especialistas “do terror”, em nome do governo e de forma independente. Afirmações que vão nos dizer "estamos fazendo tudo em nosso poder" (cinco anos nos falando em “fazer tudo” que está em seu poder fazer) afirmações que continuarão a inspirar medo no público israelense, como se um acordo para sua liberação fosse trazer o terror de volta para Israel. Como se deixando-o esquecido, livre para seguir seu destino em Gaza, fosse impedir o país de centenas de futuros acidentes. Infelizmente, nem mesmo quando você por aí, onde não sabemos, os ataques terroristas mortais e as tentativas de realizar ataques terroristas continuam sem cessar. Seu sacrifício em nada muda a situação delicada e instável por que passa o nosso país. Fora isso, com o tempo que passa, somos cada vez mais testemunhas de que outras gerações, mais jovens que a sua, continuam a se alistar, tendo que cumprir seu serviço militar, e que cada vez mais fraco, vem se tornando o pacto firmado entre o Estado e seus soldados, o pacto que lhes garante o dever primário – de os trazer de volta para a sua casa, a cada soldado. Mesmo assim, nós não iremos nos desesperar! E desejamos que você também não! Porque juntos, seremos a única maneira de encontrar um modo que venha a trazer você de volta para a sua casa, para nós. Até breve , até amanhã! Com muito amor e saudade sem fim, mamãe e papai”.