segunda-feira, 31 de agosto de 2009

As funções do Cohen


No antigo Israel, a liderança religiosa e a supervisão no Tabernáculo e no Templo foram confiadas a Aharon e seus descendentes, da tribo de Levi, que passaram a ser os Cohanim, os sacerdotes de Israel. O resto da tribo de Levi recebeu funções secundárias no serviço sagrado. Gozaram desta posição privilegiada como recompensa pela firmeza de fé que a sua tribo inteira demonstrou, quando o resto dos Filhos de Israel pecou no incidente do Bezerro de Ouro.

Os sacerdotes e levitas não participaram proporcionalmente na divisão das terras entre as tribos de Israel, o que os privou de fonte de auto-sustento. Porém, seu sustento foi assegurado pelos preceitos bíblicos exigindo a separação de dízimas(Terumot e Maassrot) do produto da terra, para o sustento dos Cohanim e Leviim.

O papel e a função do Cohen variavam no correr dos séculos da história judaica. Suas funções básicas consistiram de seu serviço no Templo ligado às oferendas diárias e das Festas, e às assembleias de culto, como em Iom Kipur. Uma outra tarefa dos Cohanim era a sua responsabilidade quase-médica, tendo sido instruídos no diagnóstico de várias enfermidades a afecções da pele. Era o Cohen que decidia se a quarentena devia ou não ser imposta.

Os Cohanim deviam servir também como guias espirituais, juízes, mestres que interpretavam a Torá para o povo, embora estas funções não tenham sido suas com exclusividade. Na medida que que a qualidade espiritual do sacerdócio se desvanecia, a classe dos Cohanim se restringiu às suas funções especificadas na Torá, e as outras responsabilidades espirituais foram assumidas pelos profetas, sábios e rabinos.

Porém, no serviço do Templo, a Torá ordenou que "nenhum estranho poderá aproximar-se", sendo que "estranho" quer dizer, quem não for Cohen.

A posição privilegiada do Cohen, na hierarquia religiosa, implicava disciplina e responsabilidades especiais. Nem tudo que era permitido para o resto de Israel, era permitido para os Cohanim. Ele é proibido de tornar-se impuro por contato com um defunto e não lhe é permitido casar com uma divorciada.

Com a destruição do Templo de Jerusalém, no ano 70 da era comum, cessaram as principais responsabilidades do Cohen. A liderança religiosa ficou baseada em erudição e méritos pessoais, e não no privilégio por nascença. A partir daí, o Cohen teve de competir com outros judeus, em condições de igualdade, pela liderança religiosa.

Contudo, mesmo depois da destruição do Templo, certos atos rituais só podiam e podem ser executados por Cohanim. Nenhum não-Cohen, nem mesmo o maior erudito judeu ou pessoa santa, ousaria desafiar as Leis da Torá e tomar o lugar do Cohen. Assim, o resgate dos primogênitos e a bênção(proferida durante as orações públicas) permanecem o privilégio dos Cohanim.

Honrarias especiais e diversas formas de respeito continuam a ser prestados aos Cohanim. As disciplinas especiais, impostas pela Torá ao Cohen, também permanecem em vigor, assegurando, assim, a continuidade do papel especial, que foi atribuído a Aharon e as seus descendentes.

A manutenção da linhagem e a integridade ritual do sacerdócio, serve não apenas para segurar pessoas qualificadas para a execução dos mencionados serviços rituais, como também mantém a instituição do Cohen para a expansão de suas tarefas que possam ocorrer, futuramente, em consequência do milagre final.(o da vinda do Mashiach e da redenção total do povo de Israel.)

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