domingo, 23 de agosto de 2009

A responsabilidade das Sinagogas em nossos dias


Embora a finalidade principal da sinagoga seja servir como um lugar onde judeus possam reunir-se para rezar, isto só terá significado, a longo prazo, se os dirigentes atuarem nos âmbitos mais amplos, nas quais tem se envolvido historicamente.

A sinagoga pode e deve ser um instrumento de educação religiosa e espiritual de seus membros, dos mais jovens até os mais idosos, para que possam aprender a apreciar melhor o sentido e significado da fé judaica, a fim de que esta seja refletida no padrão do dia a dia de suas vidas. Tanto na observância da lei ritual como na implementação dos imperativos éticos e morais do judaísmo. Tal educação pode ser proporcionada direta ou indiretamente, incentivando apoio ativo a outras instituições de educação e identificação com elas. Através de programas para os jovens, pode-se proporcionar educação informal.

É responsabilidade da sinagoga incentivar o apoio a todo esforço e projeto que for de vital importância para a sobrevivência da nossa fé e de nosso povo. Deve-se reconhecer o papel de Eretz Israel como um elemento da fé de Israel, um vivo relacionamento com a Terra Santa deve ser estimulado e todo apoio deve ser dado à segurança da tão ameaçada terra do nosso povo.

É responsabilidade da sinagoga fomentar o verdadeiro centro de vida judaica, que é o lar judeu. Se o judaísmo do lar for forte, haverá sempre necessidade de uma sinagoga. Mas se o lar judaico for fraco, as sinagogas também estarão em perigo de desmoronar.

É responsabilidade da sinagoga fortalecer a lealdade, não a si própria como uma instituição, mas a D`us que serve e à Torá como Mandamento D`vino. É a lealdade às Mitsvot e aos Ensinamentos da Torá, que é a medida da fé do judeu, e não a lealdade a uma instituição.

Portanto, os dirigentes de uma sinagoga não devem considerar a instituição apenas como um lugar de reunião para rezar, mas como um instrumento para promover ativamente todos os valores da fé. Em outras palavras, a sinagoga moderna precisa ser um veículo para a educação(formal e informal) judaica, para o crescimento espiritual-religioso de seus membros e para estimular a aplicação diária dos valores do judaísmo, em todas as áreas da vida. O sucesso ou fracasso de uma sinagoga deve ser julgado pelo grau de cumprimento destas responsabilidades.

Estas tarefas precisam ser cumpridas pelas sinagogas, especialmente na Diáspora, onde até o judeu não muito devoto, aquele que não reza diariamente e para quem a Casa de Orações tem pouca importância, se filiará a uma sinagoga e se integrará numa congregação. O motivo dele pode ser o seu desejo de identificar-se como um judeu. Filiar-se a uma sinagoga é a maneira mais óbvia de se expressar tal identificação na Diáspora, por mais assimilado que o judeu possa ser. Outro motivo pode ser o de aproveitar-se das oportunidades educacionais e culturais que a sinagoga provê para as crianças e os jovens. Ou ele pode filiar-se porque a vida social daquela comunidade gira em torno da sinagoga, e ele não quer permanecer fora dela. Outro motivo pode ser para preservar um vínculo familiar com uma determinada sinagoga, mesmo que esta tenha perdido todo significado religioso para ele. É por estes motivos que as responsabilidades impostas nas sinagogas na Diáspora são de importância vital. Este relacionamento com até mesmo o judeu não religioso oferece aos dirigentes desta instituição religiosa oportunidades para estimular o retorno a D`us nos níveis mais largos e profundos(teshuvá). Cria oportunidades para transformar a vago desejo por uma identificação, ou algum motivo ulterior(de se aproveitar de certas facilidades ou serviços) numa ligação mais forte e de maior significado ao judaísmo.

Porém, mesmo o judeu devoto que frequenta a sinagoga religiosamente, tem todo o direito de esperar que a sinagoga lhe ajude a manter os seus filhos leais à sua fé, que lhe ajude a educar os seus filhos na tradição judaica e religiosa e que lhe ajude a guiar os seus filhos e orientá-los para resistirem às forças assimilacionistas; ele tem o direito de exigir que a sinagoga não apenas providencie livros na sua biblioteca ou no Beit Midrash, para que ele possa aproveitá-los, mas que também providencie um professor e aulas para enriquecer a sua compreensão, e que proporcione oportunidades para travar relações sociais com outros judeus, além dos encontros casuais antes e depois dos serviços D`vinos.

Em Israel, onde a própria vida da sociedade é judaica, onde se encontram valores culturais e religiosos e costumes judaicos refletidos na maioria das instituições públicas e cerimonias, onde há escolas religiosas mantidas pelo governo, onde livros judaicos podem ser encontrados nas bibliotecas públicas e as universidades oferecem cursos de estudos judaicos e onde a maior parte do bem-estar social é responsabilidade do governo e não das sinagogas-comunidades, a função da sinagoga é limitada ao culto e ao permanente estudo em círculos de adultos. Sendo que as forças que na Diáspora incentivam judeus não religiosos a filiarem-se a uma sinagoga, são neutralizadas em Israel pelo carácter judeu do país inteiro, em Israel somente os judeus que frequentam a sinagoga regularmente ao menos no Shabat e nas Festas, filiar-se-ão formalmente.

Porém, mesmo em Israel haveria enormes oportunidades para disseminar a influência da fé religiosa e seu modo de vida, se as sinagogas se tornassem instituições ativas, ao invés de permanecerem passivas. Se oferecessem aos jovens facilidades e serviços no horário extra- escolar ou durante as férias escolares, ou se produzissem outros programas, poderiam atrair aqueles elementos que atualmente não demonstram interesse nem na sinagoga nem no modo de vida religioso. Não há dúvida de que mesmo em Israel a sinagoga pode servir como um instrumento mais eficaz para a instrução de crianças judias nos caminhos da fé e das Mitsvot, e como um veículo para incentivar o retorno dos que se afastaram da religião; que pode servir como uma força vital na integração de novos imigrantes judeus na vida social e cultural da comunidade. As lideranças rabínica e leiga, sensíveis às possibilidades, poderiam conseguir grandes sucessos.



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