quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A sinagoga como instituição


As sinagogas são instituições autónomas. Elas são fundadas, organizadas, mantidas e controladas localmente por qualquer grupo de judeus que desejam ter uma sinagoga. Cada sinagoga é independente da outra, e é regida por um grupo de pessoas eleitas à sua diretoria.

Embora cada sinagoga seja subordinada nas suas práticas rituais ao Código de Leis Judaico, nada impede que ela estabeleça a sua própria política e as suas próprias proceduras, em assuntos rituais e gerais.

Existem, em certos países, organismos nacionais de sinagogas, aos quais a maioria das sinagogas é filiada, porém essas filiações são puramente voluntárias e não tem o poder de impor decisões nas congregações locais.(É diferente a situação na Grã Bretanha, onde o organismo central das sinagogas possui maiores poderes sobre as sinagogas filiadas.) Os judeus ortodoxos se sentem obrigados a acatar a Lei das orações e procedura sinagogal. As decisões de seus rabinos, em todos os assuntos rituais, são aceitas como lei. As práticas sinagogais dos judeus que não se submetem a tais critérios, dependem de seu "sentimento" a favor ou contra os padrões tradicionais. Assim, até sinagogas que pertencem oficialmente ao mesmo "grupo denominacional" podem diferir consideravelmente na sua política religiosa e no modo de seus serviços D`vinos. Apesar da influência do rabino ser quase sempre um forte fator, a liberdade de escolher um rabino que simpatiza com os pontos de vista da congregação resulta em que tal influência seja mais teórica do que prática.

Os Departamentos de Colocação dos seminários rabínicos servem como agências para a colocação de rabinos e estabelecem as regras básicas para as entrevistas dos candidatos e para as condições de seus contratos, porém não podem impor um rabino numa congregação, que faz o contrato diretamente com o rabino. Assim como as congregações tem liberdade para escolher seu rabino, também são livres para renovar o contrato, pelo voto da congregação. Depois de servir a uma congregação mais de 10 anos, o rabino adquire estabilidade, embora isto também não seja praxe universal.

Qualquer judeu pode entrar numa sinagoga, rezar lá e tornar-se membro, independentemente de seu próprio grau de religiosidade.

No contexto norte americano, deve-se entender que há uma diferença entre tornar-se membro de uma sinagoga ou frequentá-la. Por um lado, é possível ser membro de uma sinagoga sem jamais lá rezar; por outro lado, é possível frequentar uma sinagoga regularmente e rezar lá, sem jamais tornar-se membro dela. Ser membro de uma sinagoga é antes questão de filiação do que de culto. Ser membro quer dizer pagar uma determinada anuidade, que é a principal fonte de renda da maioria das sinagogas, que lhes possibilita funcionar durante o ano inteiro. Ser membro de uma sinagoga reflete a disposição de sustentar e manter essa instituição religiosa financialmente(isto pode ser considerado um imposto voluntário) e de ser considerado membro de uma comunidade de orientação religiosa. Não constitui necessariamente uma indicação de devoção ou do nível de compromisso religioso. Isto é julgado por outros critérios, inclusive a regularidade da frequência, o grau de sua observância dos Preceitos e pelo padrão ético-moral do indivíduo.

Contudo, como ser membro implica o pagamento de anuidades, há sempre os que ou não tem condições para pagar ou não não querem gastar dinheiro para esta finalidade. Nas comunidades onde os judeus tinham poder e autoridade de cobrar impostos, parte destes, cobrados de todos, exceto os indigentes, sustentava a sinagoga local, sem a necessidade de se cobrar anuidade específica da sinagoga.

Com exceção dos dois dias de Rosh Hashaná e o dia de Iom Kipur, quando quase todos os membros das sinagogas assistem aos serviços D`vinos e, portanto, o número limitado de lugares nas sinagogas restringe o número de pessoas que podem lotá-la(o que restringe a participação aos membros), os não filiados e que não se esforçam para contribuir à manutenção da instituição durante o ano, não são impedidos de entrar nos outros 362 dias, gratuitamente, inclusive em cada um dos 52 sábados e todos os dias das Festas Sagradas. Não existe praticamente nenhuma sinagoga que não faça algum arranjo para acomodar as pessoas necessitadas, sem possibilidades de pagar, mesmo nas Grandes Festas. Não se fazem coletas nos dias santos, porque é proibido manusear dinheiro no Shabat e nas Festas. Porém nos dia úteis é tradicional, embora não obrigatório, colocar algum dinheiro na caixa de coleta.

Pessoas de outras religiões são sempre bem-vindas numa sinagoga, se desejarem assistir ao serviço. Não há nenhuma necessidade de um arranjo prévio, exceto nas Grandes Festas de Rosh Hashana e Iom Kipur.

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